Fonte que brota dos sonhos Que traz a vida em si Que corre nas veias da vida Dentro de mim e de ti
Teu sabor agrada a tudo, Mais que o aroma das rosas, Tua cheiro difunde nos gostos Tua cor transparesse mais, Bem mais do que a própria verdade Que se vê e não se escuta Que se sente e não se refuta Que nos faz fechar os olhos Cegando a visão de que a vida Segue sendo interrompida Sem auxílio de espada
O branco do céu sumiu! Deve ter ido para o Sul Acompanhando a revoada Pois bem sábia é a passarada Que foge da escassez Bem como sempre se fez
E quando o verão chegar? Seguir-se-á na passiva Amanhã não sei como será Talvez derreta vidro Para enganar minha saliva
Cansado fui à árvore Do alto da janela Talvez pelo verde das folhas Talvez pela esperança da calma Talvez pela esperança da alma Ou pelo frescor do vento
Da janela ao muro Esconde o restante da paisagem Vão até perder de vista Até onde pinta o artista Alcançando o horizonte Além da esperança selvagem
Quem planta sonhos aqui? Uma única árvore no quarteirão O resto da esperança na visão Tão enquadrada... Do alto de uma janela Onde nenhuma aquarela Chegou a manchar a tela Colorida da cor do céu Monocromático e estático Dos sonhos do artista
Se diminuísse o horizonte Ou aproximasse o foco Talvez a esperança estaria Mais colorida do que a ponte Que, até então, nos distancia.
Meu poema é minha vida E a vida é um poema A poesia inspira vida E a vida inspira à poesia
A vida é poesia Bem como, a poesia é vida. Vida que traz viva E vivas! vivas! vivas... Inspiram a poesia e a vida
- Viva a poesia! Contra a poesia morta... Poesia viva - Contra a morte da poesia!
Viva e sem vida Morta e sem poesia - Sem graça! Morta e com vida Com poesia! Uma flor sem vida A beira da partida... - Viva a poesia! Pois ela está viva.
O dilema é o poema Bem como o poema é um dilema. Sobe o olhar de cinema A morte é poesia Embora a morte tire a vida E a vida seja poesia...