Carta a um amigo

Chega cá mais um pouco
Deixa desabafar no ombro
Anda, antes que fique louco
Tirar de mim este assombro
Tenho agonias no peito
Tenho vontades como impulso
Tem jeito para esse sem-jeito?
Sujeito de sentimentos avulsos...
Tem olhar frio, sei que não mente
Diz, caro amigo, qual a sujestão?
Sei que é absurdo pois não sentes
A agonia cá dentro do coração
Deve achar que sou sentimental
Assumo! Pois que seja assim!
É tudo culpa deste imenso mal
Que, a muito, foi plantado em mim
Sabe amigo, nada é completo
E é por falta que me atrapalho
Tento sempre manter-me reto
Mas o amor não é como o baralho
Um dia haverá pasciência
Aqui dentro da cabeça
Me valerá mais a ciência
E tudo mais antes que esqueça
Meu coração está em terços
Mal divididos e desiguais
Tem pedaços mais espeços
Onde vazam vontades marginais
Anda amigo, vamos à janela
Tomar um pouco de ar puro
Essa paisagem de aquarela
Este cenério tão seguro
Acende, pois, o meu charuto
Que faz gosto as moças
Este ar tão resoluto
Seguro entre outras coisas...
Componha-mo-nos
Arrumemos o chapéu
Finja que amamos
Olhemos firmes para o céu...
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