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terça-feira, 4 de agosto de 2009

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No meu caderno
O meu inferno
Lições de despedida
Lições do fim

No meu caderno
Minha vida
Fala trêmula, perdida
Como quem diz assim:
"- Isto não é eterno,
Cedo vai, tarde começa
De revés ou vice-versa"

No meu caderno
Pedidos internos
Que cutucam minha mente
Me levam a este inferno
Este sim, este não,
Vá, segure minha mão

Quanto demora o dia!
E a semana não acaba
Vem a noite e assobia
Essas águas já passadas
Esse canto de sereia
De caipora furiosa
Que me leva nesta prosa
Onde corre minha vida.

No meu caderno
Regam-se as folhas
De suor talvez?
Esforços das madrugadas,
De lágrimas cansadas
Apagam as palavras
Mas quem as quer?
E que bem me fez?

Já está registrada
Esta agonia diária
Amplia a carga horária
De esforço da mente
Em conter o coração
Filtrar o que transborda
Na lágrima que incomoda
Em pedidos de partida
Como numa despedida
De alguém que não vai embora:
- Me espera toda vida
- Vá, mas volta sem demora!

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