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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Cronofobia

Cronofobia

Antes renegado, traído, desconfiado

Acreditava no poder das rosas
Sem temer o propósito antecipado
Acreditava na sutileza das prosas

Tênuamente lhe trazia o carmim do campo
Da cor de minhas afeições
Progetando sobre a aurora o encanto
Saudando o dia com as mais cândidas canções

Toda tarde temia o trapaciar do tempo
Que nunca pedia permissão
Para retirar como o vento
Desde o vigoroso castanheiro ao pequeno grão

Das incomuns maravilhas do mar ou do céu
Lhe levava meu mais límpido ouro
Pena que teu grosso ouropel
É como a escama deixada no douro

Outrora o dia se esvai
E carrega consigo a aourora
Inevitável findar do que cai
Inevitável findar da hora

Inevitável findar da existência
Ironia carrega o antetempo
Que trapaceia a coerência
Mas não pode findar o tempo

Acreditei no poder das rosas
Antes renegado, traído, desconfiado
Acreditei na sutileza das prosas
E ignorei o propósito antecipado

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